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sábado, 10 de março de 2012

Fungos

Fungos: perigosos ou úteis para o homem?



Eles são muito numerosos na natureza e podem ser encontrados em todas as partes:  nos alimentos, nos tecidos, na madeira de construções antigas, nos animais e nas plantas, dos quais retiram seu alimento. Alguns deles são úteis na fabricação do pão, do queijo, do vinho, da cerveja e até na produção de medicamentos, como a penicilina (antibiótico). Outros, como o champignon, são comestíveis. Mas há algumas espécies que causam doenças no homem, nos animais e nas plantas, provocando grandes estragos e chegando até a matar.

Ambientes úmidos e sem luz 
Os fungos habitam os mais variados lugares, mas a maioria vive no solo e alimenta-se dos restos de animais e vegetais. Vivem melhor em ambientes com muita umidade, calor, e alimento em abundância – que pode ser um pedaço de pão ou matéria orgânica em decomposição. Aquele bolor verde ou negro que vemos de vez em quando em frutas e pães é um tipo de fungo. Além dos bolores, os outros dois tipos mais conhecidos de fungos são os cogumelos e as leveduras (fermentos).


Bom apetite!
De forma direta ou indireta, muitos fungos estão presentes em nossa alimentação. Os cogumelos comestíveis, por exemplo, fazem parte do cardápio de muitos países. O mais conhecido deles é o champignon. Outros dois, o shiitake e o shimeji, de aparência mais escura, são bastante usados na culinária japonesa. Existem, no entanto, cogumelos que produzem toxinas que causam sérias intoxicações e são venenosos. É preciso muito cuidado com eles. Não existe nenhum método infalível para reconhecer se um cogumelo é comestível ou venenoso.

O champignon é um fungo usado em muitos pratos saborosos

Queijos e pães 
Alguns queijos também são feitos com o auxílio desses pequenos seres vivos. O gorgonzola e o roquefort, queijos de cheiro muito forte, têm várias 'manchas' verdes, que são os fungos usados na fabricação. O queijo camembert, vendido em lata ou embalado em pequenas caixas, possui uma 'capa' branca, resultado da ação dos fungos também. Para fazer pão, dependemos dos levedos, os mesmos usados na fabricação da cerveja e do vinho. Para ver a ação dos levedos basta, por exemplo, fazer uma receita de pão utilizando o fermento biológico. Cada tablete de fermento contém milhões de levedos. Ao serem misturados à massa, os levedos utilizam os açúcares para produzir energia, e nesse processo liberam gás carbônico, fazendo a massa crescer (fermentação alcoólica). Por isso o pão fica com consistência 'fofinha'. O álcool, que também é produzido durante a fermentação, é evaporado enquanto o pão assa, por isso que os pães não são proibidos para menores de idade!



Fique ligado!
Muitos acreditam que para saber se um cogumelo é perigoso ou não, basta cozinhá-lo com uma aliança de ouro ou uma moeda de prata. Se o metal escurecer é porque o cogumelo é venenoso. Essa crença é totalmente falsa, pois o metal pode escurecer com qualquer cogumelo que solta uma substância chamada ácido sulfídrico como produto secundário de sua fermentação (processo no qual o fungo obtém energia). A reação poderia servir de alerta para que não se consuma um alimento estragado em alguns casos, mas não impediria que um cogumelo altamente venenoso, em bom estado, fosse consumido.
 
Um reino para os fungos 
Nas classificações antigas, os fungos eram agrupados no reino vegetal, ao lado das plantas. Mas os cientistas verificaram que, ao contrário dos vegetais, os fungos não são capazes de fabricar seu próprio alimento, ou seja, são heterótrofos. Além disso, esses pequenos seres também possuem algumas características dos animais. Por isso, ganharam um grupo à parte: o reino dos fungos. É um reino muito numeroso. Até hoje, foram descobertas cerca de 100.600 espécies. Sua função para o equilíbrio da natureza é muito importante: os fungos são responsáveis pela destruição dos restos de matéria orgânica, possibilitando o aproveitamento desta pelos novos seres que nascem. Essa característica, no entanto, tem seu lado negativo, uma vez que é essa atividade de decomposição que destrói roupas, objetos de couro, de madeira e tantos outros, além de apodrecerem alimentos também. Algumas espécies são microscópicas, como os levedos, usados no processo de fermentação. Outras são bem visíveis, como vários tipos de cogumelos, havendo inclusive uma espécie de cogumelo gigante.
 
Os fungos são responsáveis pela destruição de restos orgânicos
 
 
Você sabia?Aquele cogumelo vermelho de pintinhas brancas, popularizado nas histórias infantis de fadas e gnomos das florestas, é uma espécie alucinógena (Amanita muscaria). Originário do Hemisfério Norte e por isso famoso nas lendas europeias, se ingerido esse fungo pode causar alucinações, tonturas e vômitos, entre outros sintomas. No Brasil, foi encontrado pela primeira vez em Curitiba, introduzido acidentalmente.

Vinho e cerveja
Duas das bebidas mais populares do mundo, o vinho e a cerveja, contam com uma 'mãozinha' dos fungos no processo de fabricação. O vinho é feito a partir de uvas. Extrai-se o suco da fruta e mistura-se levedos, um tipo de fungo igual ao fermento do pão. Os levedos alimentam-se do açúcar da fruta e produzem gás carbônico e álcool etílico – processo chamado fermentação alcoólica. É isto o que dá o teor alcoólico da bebida. O mesmo acontece na cerveja. A diferença é que, em vez da uva, o alimento dos levedos é o açúcar do malte.
  
Fique ligado!
O maior ser vivo do mundo é um fungo gigante, encontrado na Floresta Nacional Malheur, no estado de Oregon, nos Estados Unidos: um exemplar do Armillaria ostoyae, conhecido como 'cogumelo do mel', devido à sua cor amarelada. Há cerca de 2.400 anos sua parte subterrânea (o micélio) vem crescendo entre as raízes de árvores, e hoje ocupa uma área maior que 8,9 km² (equivalente a 1220 campos de futebol) e penetra cerca de 1 metro no solo. A partir de toda essa área que ele ocupa sob a terra é que aparecem acima da terra os cogumelos (estruturas relacionadas à sua reprodução). Quando surgiu, no entanto, devia ser tão pequeno que podia ser visto somente com um microscópio.
  
 
O fungo salva-vidas
 O fungo Penicillium notatum é muito útil ao homem. Ele produz a penicilina, um antibiótico usado para combater infecções causadas por bactérias. O primeiro médico a descobrir o uso da penicilina foi o inglês Alexander Fleming, em 1928, fato que revolucionou a medicina da época. Interessante foi como aconteceu essa descoberta: Fleming estava pesquisando micro-organismos e deixou uma cultura de bactérias numa placa de vidro para observar o seu desenvolvimento. Chegou a sair de férias por alguns dias e, quando voltou, percebeu que as bactérias não tinham se desenvolvido como esperava. Notou que um tipo de fungo havia aparecido e que no local em que eles haviam se desenvolvido não havia crescido bactérias. Elas não cresciam devido a uma substância produzida pelos fungos (a penicilina) e que também era capaz de matar as bactérias já existentes. Era o primeiro passo para a produção dos antibióticos. Graças a seus estudos com fungos, Fleming ganhou o Prêmio Nobel de Medicina em 1945. 
 
Alexander Fleming

Cultura de Penicillium expansum
Curiosidade
Os fungos são também importante fonte de alimento para as formigas saúvas. Você já reparou numa fila de formigas carregando pedaços de folhas, quase sempre até maiores do que elas? Será que é para a sua refeição? Nada disso! Na verdade, as formigas transportam as folhas para dentro do formigueiro e as colocam em câmaras especiais chamadas 'panelas'. Esse material vegetal, por sua vez, é utilizado como meio de cultura de fungos, do qual as formigas se alimentam. Como os fungos se desenvolvem bem em lugares quentes e úmidos, o formigueiro é um local muito apropriado para o seu cultivo.

Um comentário:

  1. Alexander Fleming nao era inglês, mas sim escocês. Ele era britânico, mas NUNCA inglês!

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