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sexta-feira, 2 de março de 2012

Reino Plantae - Gimnospermas

Insetos fossilizados em âmbar. Esses animais viveram há 20 milhões de anos.
Gimnospermas
As gimnospermas provavelmente foram as primeiras plantas com sementes que apareceram em terra firme, há cerca de 350 milhões de anos, ao final do período Devoniano. Originadas de plantas ancestrais com características ainda comuns às das pteridófitas, as gimnospermas representam um importante passo evolutivo das plantas, pois sua reprodução não depende mais diretamente da água para ocorrer. Além disso, o embrião desenvolve-se dentro de uma estrutura protetora, a semente.
O termo gimnosperma deriva de duas palavras gregas: gymné, “nua”, e sperma, “semente”. Essa denominação se deve ao fato de as gimnospermas produzirem sementes, mas não frutos. Essas plantas apresentam, em geral, árvores de médio e grande porte. As sequoias, uma espécie de gimnosperma encontrada na costa oeste da América do Norte, estão entre as maiores árvores do mundo.
A araucária, ou pinheiro-do-paraná (Araucaria angustifolia), é uma gimnosperma comum na Região Sul do Brasil. Ela deu nome a um dos ecossistemas brasileiros, a Mata de Araucárias. De suas pinhas originam- se, após a fecundação, o pinhão, uma semente comestível apreciada tanto pelos seres humanos quanto por aves como a gralha-azul, em perigo de extinção devido ao desmatamento.

O pinheiro-do-paraná é uma
gimnosperma nativa do Brasil.

Organização geral do corpo
Assim como ocorre nas pteridófitas, o esporófito é a fase duradoura das gimnospermas. As gimnospermas são plantas vasculares que se apresentam, em sua grande maioria, como árvores com troncos fortes e resistentes. As gimnospermas não apresentam frutos nem flores, estruturas exclusivas das angiospermas. As estruturas reprodutivas das gimnospermas reúnem- se geralmente em estróbilos, conhecidos popularmente como pinhas ou cones.
As folhas das plantas deste grupo podem ter inúmeras variações de formato, tamanho e cor, porém as mais comuns são as folhas alongadas e em forma de agulha, denominadas folhas aciculadas. De algumas folhas se extraem óleos aromáticos e medicinais.

Polinização e fecundação
Polinização é o transporte do grão de pólen até o óvulo. O grão de pólen da araucária, assim como em praticamente todas as gimnospermas, é leve e facilmente transportado de uma planta a outra pelo vento. Uma vez junto ao óvulo, o grão de pólen desenvolve-se e dá origem ao tubo polínico. Dentro do tubo polínico há dois gametas masculinos, que são núcleos gaméticos haploides. Esses núcleos espermáticos são correspondentes aos anterozoides encontrados nas briófitas e pteridófitas. Apenas um desses núcleos espermáticos irá fecundar a oosfera. O outro núcleo gamético degenera e morre. A fecundação dá origem ao zigoto que, após sucessivas mitoses, origina o embrião.

Germinação da semente
Após a fecundação e a formação do embrião, o óvulo converte-se em semente. A semente, como visto anteriormente, é uma novidade evolutiva importante das gimnospermas, pois ela protege o embrião, que dará origem ao futuro esporófito. A semente é formada por três partes.
ƒƒ A casca ou tegumento, uma parte externa, é geralmente dura e resistente.
ƒƒ O embrião, que dará origem ao esporófito. O embrião das gimnospermas apresenta folhas especiais chamadas cotilédones.
ƒƒ O endosperma, tecido materno haploide utilizado como reserva nutritiva pelo embrião durante a germinação. Por exemplo: a parte comestível do pinhão é formada pelo embrião e pelo endosperma, que se torna mastigável após cozimento.



As sementes das gimnospermas podem cair no solo por gravidade ou ser dispersas pelo vento ou por animais, como a gralha-azul (ver boxe abaixo, ao lado). A disseminação das sementes é um fator importante para a sobrevivência das espécies: se as sementes continuamente caírem em locais inapropriados ou forem destruídas por quaisquer outros fatores, novos indivíduos não nascerão, colocando em risco a perpetuação da espécie.
Ao encontrar condições ideais de umidade, temperatura e luz, a semente pode germinar, originando o futuro esporófito. Dependendo da espécie e das condições ambientais, a semente pode ficar em estado de latência, adormecida durante meses ou até anos. Atingidas as condições adequadas, a germinação pode ocorrer.


Principais representantes das gimnospermas
O grupo das gimnospermas é formado por aproximadamente mil espécies, sendo subdividido em coníferas, gnetáceas, gingkoáceas e cicadáceas.

Pinheiro



Sequóia


Importância das gimnospermas
Muitas gimnospermas têm aplicação industrial. Papéis, gomas e colas, remédios e diversos produtos antissépticos, como desinfetantes e bactericidas, podem ser obtidos de diversas espécies, com destaque para os pinheiros.
As gimnospermas também têm importância para a reconstituição do passado da Terra. Uma substância viscosa produzida por diversas gimnospermas, a resina, solidifica- se em contato com a atmosfera, formando o âmbar. Há milhões de anos, insetos e outros organismos agora extintos ficaram imersos nessas substâncias, que se solidificaram, aprisionando-os e conservando- os. Ao estudá-los, os cientistas obtêm importantes pistas sobre o passado de nosso planeta, especialmente da fauna da época.


Algumas espécies, como os pinheiros, possuem resinas com aplicações terapêuticas. As árvores de algumas gimnospermas apresentam madeira de boa qualidade, utilizada na indústria madeireira e de mobiliário. Por outro lado, o rápido crescimento urbano e rural também tem levado ao desmatamento da Mata de Araucárias, um ecossistema brasileiro. Além do pinheiro- -do-paraná, principal representante vegetal desse ecossistema, diversos animais também são afetados pelo desmatamento.

Saiba mais
Pinhões e gralhas-azuis
A gralha-azul (Cyanocorax caeruleus), ave símbolo do Paraná, é um animal com um curioso hábito: ela coleta os pinhões da araucária e os enterra no solo, em diferentes locais, para ingeri- los depois. Nem todas as sementes enterradas, entretanto, são comidas posteriormente. Dessa maneira, alguns pinhões acabam germinando e originando novos indivíduos adultos do pinheiro-do-paraná. A gralha-azul, portanto, desempenha importante papel na disseminação e germinação das sementes dessa importante gimnosperma representativa dos ecossistemas sulinos brasileiros.

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